Gastronomia

Larica | Abacaxi, côco e simplicidade.

13:46Renato Oliveira


Sou fã de doce. Tenho um declive visceral por sobremesa (sobre=pós, mesa=prato principal - vá entender!). Mesmo quando não exerce a clássica função de pós refeição. Devoro sem culpa.
Sobremesa boa é iguaria rara de encontrar em restaurantes. Refeição ainda tem. Dependendo do gosto e do dinheiro, tem de todo tipo e que atende a todos os gostos. Mas ela não. Essa biscate é bem resolvida. É do tipo que  precisa de muito dengo para vir parar na nossa mão.



     Mas eu sou fã, e todo fã que se preza gruda no ídolo, segura na mão de Deus e vai. E como acontece em todas as áreas, resolveram me pedir receitas. Pois bem, como a intenção aqui é fugir do ctrl+c/ctrl+v, resolvi colocar a mão na massa e mandar bala. Costumo alertar que a primeira vez que fazemos a receita é sempre para testar, a perfeição vem com o tempo.

     Na geladeira só abacaxi, côco e canela, e aí pensar o quê? Doce, claro. Segue:

2 abacaxis

1 coco seco
3 xícaras de açúcar
1 xícara de água
cravo
canela em pau
Anis estrelado



     Primeiro o delicioso ritual de ralar o côco e cortar o abacaxi em cubos. Eu cortei em triângulos grandes, pois ele murcha no cozimento. O côco eu usei o seco porque no ralador ele fica bem maior e mais saboroso que esses que vêm em pacotes, reserve. Faz-se uma calda no fogo com o açúcar, a água, o cravo, a canela e o anis, até levantar fervura. Dái é só colocar o abacaxi picado e côco em seguida. 

     Agora vem o subjetivo, que consiste no ponto. Não sou muito de determinar tempo exato, pois vai do gosto de cada um. Aqui deixei ferver por 1 hora mais ou menos, até adquirir cor e consistência de melaço. Isso deu ao doce um aspecto de "quebra queixo", porém com o toque azedo do abacaxi.  Como o abacaxi era muito azedo, acabei adicionando mais uma xícara de açúcar na metade do caminho. O gosto suave só aparece quando esfria. Ao final, retirei o excesso do mel e reservei para acompanhar carnes.

     Sugiro servi-lo com sorvete de creme, mas pode vir puro ou acompanhado, à seu gosto. 

É isso. Aqui deu certo, simples assim, sou fã.   #xôlarica!


     Sergim (Sérgio de Sá) é um gourmand por natureza, Gerente de Cultura da SECULT Petrolina, foi chefe de confeitaria da rede Pão&Companhia.   Fez administração de empresas na Facape (Petrolina) e Pós Graduando em Alta Gastronomia pela Universidade Salgado de Oliveira (Recife).
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